quinta-feira, 10 de maio de 2007

Escola

Dizem que a função da escola é educar e formar cidadãos.
Pois não é isso o que ela faz.
A escola é a maior responsável pela difusão da ideologia "você é o que você faz", isso sim. Desde criança a pessoa é posta num ambiente de competição onde tudo o que se valoriza é a qualidade do que se produz. Formar cidadãos? Uma ova. O que eles querem é formar pessoas padrão para rodar as engrenagens do sistema. Como a organização é importante para uma produção satisfatória, em grande parte dos colégios particulares, o aluno recebe desde cedo uma agenda. Em alguns colégios, chega a ser exigido do aluno que ele anote o conteúdo passado na agenda. Querem formar alunos exemplares, pessoas do sistema, cabeças padrão. A escola não devia ser esse lugar de imposições, e sim um ambiente agradável e flexível para o aluno. A escola que devia se adaptar ao aluno, não o aluno à escola. Imagine o que uma pessoa que sofre do distúrbio do déficit de atenção (DDA) não deve sofrer quando criança em um colégio. É arteira, sapeca, hiperativa, não se concentra. Mas o controle disso não é algo que está ao alcance da pessoa. Ela não tem culpa alguma por ser assim. Mas não, eles não querem saber disso. Todos têm que se adequar ao padrão de normalidade e quem não se adapta é um perdedor. Um perdedor que não produz de modo satisfatório. Um excluído que não se adequa. Não lhe parece injusto isso? A escola devia abrir caminhos alternativos para pessoas alternativas. Uns se adaptam muito bem ao sistema, mas outros não. E quanto àqueles que não têm o menor interesse em estudar? Esses daí vão se dar mal pro resto da vida. Sim, meus caros, pois o sistema é cruel. Quem não se adapta, se dá mal. Você é responsável pelo seu próprio destino nesse nosso sistema injusto. E depois quando você está marginalizado e excluído da elite, te chamam de vagabundo. Você não produz, você não serve ao sistema, você é uma coisa. E nisso vêm os palavrões e tudo mais.
Querem saber? Cansei de tentar me adaptar. Me dói, me corrói aos poucos, me cansa, me deixa doente. Me dá ânsia de vômito. Não tenho a cabeça conteudista que eles exigem, não consigo isso. Me aprofundo em uma ou duas coisas, mas não consigo estudar mais do que isso. Mas eu sei que no final vão me obrigar a me adequar. Reduzem minhas opções a isso. E quando eu me der conta, vou estar na mesmice de todos, no ridículo do comum. Não consigo nadar contra a corrente por toda minha vida. Um dia ela vai me levar.

domingo, 8 de abril de 2007

Observador da vida

Observar a vida e não vivê-la.
Parece que estou fadado a isso. Não que eu prefiria estar vivendo mas, como ser humano, carrego afeto por algumas (poucas) pessoas. O problema do afeto é que deve ser praticado, seja numa conversa, seja num aperto de mão, seja num abraço ou num beijo; se não é praticado, não tem por onde sair. Não tendo por onde sair, o indivíduo enlouquece. Sim, enlouquece; esta é a palavra correta dado o contexto. Só que parece tão mais interessante - ou tão mais confortável - ser um espectador da vida do que vivê-la. Perco-me nas minhas teorias e pensamentos sobre as pessoas, estudo explicações, penso em possíveis causas, tento entender. Entender. Essa é a palavra. Gosto tanto de tentar entender - talvez goste até mais do processo de tentar do que do entender em si - que acabo deixando o viver de lado. É irônico: para se entender a vida é preciso não vivê-la, atrofiar seus músculos com exceção do cérebro, bitolando-se em alguns livros e pensamentos e esquecendo dos pequenos prazeres que a vida pode nos proporcionar, como apreciar o gosto de uma boa comida ou sentir o vento no rosto num dia ensolarado. Às vezes acho que é isso o que me falta, uma dose de pequenas coisas da vida. Enquanto eu penso sobre os problemas e crio teorias sobre assuntos que abrangem todas as pessoas, muitas dessas pessoas estão lá fora vivendo.

Mas, pensando bem, não gostaria de estar no lugar delas. Não gostaria de estar vivendo essa vida de superficialidade e hipocrisia, mentindo para si e mentindo para os outros, fingindo sentir o que não sente, forçando um sorriso no rosto só para ser mais conveniente, fingindo estar gostando dessa vida objetiva, se acomodando com a simplicidade, viver da mesma rotina dia após dia, ano apos ano, eliminando totalmente o ócio de sua vida - para isso existem as ideologias que excluem o vagabundo, enquanto creio que todos temos direito ao ócio. Argh!, apesar de me parecer nojento esse estilo de vida, parece que todos nós estamos destinados a isso, uma vez que para sobreviver é preciso se adaptar e aceitar a simplicidade, aceitar o comum, o normal.

Voltando ao "pensar e não viver". Gosto muito de ser um pensador. Mas me questiono agora: será que eu nasci pensador? Não me recordo muito do período de minha infância, mas alguns fatores que não são de meu controle e dificultam minha vivência sempre estiveram presentes, como a dificuldade com sentimentos e a ansiedade social - que me pergunto se não chega a ser uma fobia. Desde pequeno tive problemas com relacionamentos e sociabilidade em geral. Talvez eu tenha virado um pensador então. E de forma imposta - se é que foi o que aconteceu.
De qualquer forma, hoje eu prefiro o mundo teórico do que o prático, seja por vocação ou seja por falta de opção. Mas talvez eu devesse me dedicar um pouco à vivência, uma vez que preciso
praticar alguns afetos pelas poucas pessoas - conforme disse no início - de que gosto.

Mas que seria bom ter só que pensar e não viver, ah!, se seria.

segunda-feira, 26 de março de 2007

O Adolescente de Hoje

Aquele que nega a família
Aquele que não tem opiniões
Aquele que vai com a maioria
Aquele que reprime sua personalidade
Aquele que quer parecer mais velho
Aquele que segue a moda
Aquele que necessita de tipos
Aquele que não gosta de pensar
Aquele que não tem senso crítico
Aquele que é piadista
Aquele que só quer saber do novo
Aquele que só se interessa pelo comum
Esse estúpido é o adolescente dos dias de hoje


Poucas são exceções.

Nossa geração está perdida.

PS.: É, eu sei que a qualidade dos meus textos caiu.

sexta-feira, 16 de março de 2007

capetinha, capetão... by peitão!

Capetinha, capetão.
Me vê um ursinho Pimpão?

Hurshed, pois ich bin hurshed, hur-hur-hurhsed byttthe tune of Sica Malooney. siririca, sli-uri-rica! oh she's my sun, she's my everything, I'd make a sculpture for me if only i HAD some teeth.

Desde então no ar há duas possibilidade de Rex Sabão:

1. Maníaco é ponto com açúcar de Madagascar;
2.2. Tava no edifício comendo marmelão, safadinho hein hehehe (y), legal garoto;
2.0. O Morcel é um cachorro feio e peludo, de tão horrível pegou numa jéba;
2.9. Foi tudo um sonho de Keipiegel, em sua luta-de-mel com Tia Nastácia;
3. A vantasia voi vudida (apesar de tudo, hehehedigo, hehehe)

Levantadas as hipóteses OOÔOO, maníaco ponto com, OOÔOO, matilda com macarrão AÊAÊOOÔOO rooney malooney de tio marotto o que1? eh isso mesmu 1!11! baixinho agora, baixo now, agorinha, tá baixo. Se ema é bicho, emo é bicha. I don't even know what Mock Turtle is. what mock turrtle is, don't even know, IIIIIII don't even kow, don't even knoW; oras, quem disse?

- Eu.

Oras, quem disse?

- eu

oras, quem foi que disse!?
quem disse, oras1?

de trás pra frente agora, mocle TURRtle.
Uncle Ben's coming. Hhe is coming. I warned you. He's coming to getcha. He, alias he... HE, aliás, HE... o q1 há de mais liiiiindo do munndo suburbaaaaaaaaa-aaa-nooooooooo. foi eu quem disse.
oras, quem disse?

Macaca, me ajuda aqui chapetinha?

chapetinta de verão
transbordou no algodão
quem for arrotão
de sobremesa leva dois... PÃO!!!!

oh, o-oh-oh, she's my sun, she's my clockwork baby, I'd make her a pão, if only I were xereta, if only I WERE xereta babe, if only... if only... if only... only xereta... xereta... mechanical stúffis of only xereta, oh xereta is my cimboleta, xereta...

quarta-feira, 14 de março de 2007

Acabei de fazer um teste legal nesse site: http://similarminds.com/big5.html

Deu que meu tipo é RLUEI (seja lá o que isso significa). A descrição desse RLUEI é a seguinte (destaquei os pontos que achei que têm mais a ver comigo (e os em itálico são os que batem perfeitamente com minha personalidade)) :

avoidant, withdrawn, not usually happy, does not believe in human goodness, loner, moody, avoids crowds, depressed, overwhelmed by unpleasant feelings frequently, agnostic/atheistic tendencies, unsure where life is going, impatient, avoids eye contact, does not think things work out for the best, discontent, negative, suspicious of others, uncooperative, socially uncomfortable, hard to get to know, not punctual, low self confidence, pessimistic, lonely, does not finish work on time, does not like to lead, attracted to things associated with sadness, ambivalent about the problems of others, feels defective, fears failure, often bored, ambivalent about the suffering of others, unproductive, avoids unnecessary interaction, easily frustrated, does not finish many things, lower energy level, focuses on fantasies instead of reality, ambivalent about the needs of others, easily annoyed, rarely prepared, disorganized, quiet around strangers, slow to forgive, hard to understand, not that interested in others, skeptical, wounded at the core, self absorbed

E deu também que sou Reserved (essa descrição toda bate perfeitamente com minha personalidade):

outsider, does not fit in most places, does not mind going days without speaking to people, does not like night life and crowds, not self expressive, spends more time in solitary activity than group activity, does not compete for the spotlight, fears getting involved with others, not seductive, dresses to avoid standing out, not impulsive, loner, female introverts tend not to like wearing makeup, does not enjoy leadership, not very sexual, more likely to be nerdy, prefers loose fitting clothing, inhibited, suspicious, tattoo averse, unmotivated, can't do anything when they don't fee good, has trouble speaking when emotional, dislikes compliments, desires security and support, does not like accepting help, more visual than verbal, does not want to be famous, likes science fiction, prefers to stick with things they know, not traditional


É, sei que isso não vai te adicionar lá em muita coisa, mas deu vontade de postar. Ok.

sábado, 10 de março de 2007

O Burocrata

Olá, eu vim aqui para te ajudar
Parece que você tem tido problemas de adequação
Se não sabe quem sou:

Eu sou quem vai pôr seus pés de volta no chão
Sou quem vai te lembrar dos horários
Quem vai te lembrar que você está aqui para produzir

Eu sou quem vai te ensinar como se faz
Pois eu sei das tradições
Eu compreendo o mundo como ele é

Eu sou quem vai destruir seus sonhos
Eu vou te ensinar que você está aqui
para ser o melhor

E em suas crises, vou te dizer
Para deixar de ser frouxo
E te lembrar de sua missão aqui

Vou te dizer que arte e sentimentos são para fracos
Deixe essas besteiras de lado
Vou te ensinar como se deve ser

Eu sou quem veio te ajudar a se adequar
Pois sou o burocrata
E é isso que burocratas fazem


PS.: Cuidado com os burrocratas. Sempre tem um deles por perto.

domingo, 4 de março de 2007

Mandamentos do Bacellarismo

. Não faltarás com imaginação;

. Não faltarás com originalidade;

. Formarás tua própria visão sobre qualquer assunto;

4º. Formarás tua própria moral e sistema de valores;

. Será contra toda e qualquer unanimidade;

. Crerás em ti e em tuas próprias verdades acima de tudo;

. Serás teu próprio Deus.

Aliás, serás Deus.

sexta-feira, 2 de março de 2007

The world is wrong...

O mundo está errado.
Tudo está um caos.
Precisamos urgentemente de alguém que saiba raciocinar corretamente para então reformar as mais diversas áreas do conhecimento. Consertar as generalizações, eliminar os pseudocientificismos e acabar com as crenças irracionais dos homens.
E tornar obrigatório o estudo da lógica e do método científico.

Sério mesmo, porque eu não agüento mais a falta de capacidade de raciocinar das pessoas.

Tá tudo um caos!

Não estou afim de conversar com você,
nem de rir das coisas banais que te fazem rir,
e não estou afim de falar nem de fazer o que os outros fazem:
quero falar é das idéias e das coisas malucas.

Não quero saber do que aconteceu no Iraque

eu quero uma verdade inventada,
não me confunda com fatos
a teoria é bem melhor que a prática

Pode me chamar de louco, pirado, maluco
isso pra mim é elogio

Não quero saber de rir dos outros. Eu realmente não entendo porque xingar os outros seria engraçado. Aliás, por que essas palavras são xingamentos? Ah, claro. Você é tão bitolado na moral coletiva que qualquer coisa dentro dessa moral considerado imoral é engraçado. Mas continuo sem entender esse seu sadismo infantil.

Bem, voltando à verdade inventada...

Você gostaria de poder transformar as pessoas em "C"?
Imagina só! Ia ser tããããão legal!

- Ei, você!
- Hã? O que...

PUFF! Já era, virou um Cezão! hahahahahahahaha

Putz, ia ser genial isso!

- Me passa a grana!
- Tá, tá aqui no... vira um C!

(e como é sabido, Cs não seguram armas)

Imagina só a reação das pessoas ao ver vcê transformando os outros em C por aí! Ia ser um enorme choque, cara! Sim, pois NUNCA ninguém (!) na história teve a capacidade de transformar os outros em C! Você seria o primeiro! Poxa, ia ser tão legal.
E você poderia transformar as pessoas no C de cor e tamanho que bem quisesse!
Se eu pudesse fazer isso, seria a pesosa mais feliz do mundo...

Não seria legal?


(aliás, isso é um texto...
... ou um poema?)


(ema...
... ema...
... ema...
... ema.)

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Desabafo idiossincrático

Burros, imbecis, estúpidos.
Não suporto mais a mediocridade alheia.

Seres não pensantes, cidadões padrão, bitolados, com medo de ir contra a corrente, sem crença em suas próprias idéias. Seres sem imaginação, sem visão.Meu Bacellar (Deus(se lembrem que minha religião é o Bacellarismo!))! Quanta merda!, não agüento mais estes seres providos de idiotia.

- Elitista?
Haha, só se eu sozinho for a elite.

- Porco capitalista?
Nunca mais diga isso. Tenho nojo dessas pessoas adaptáveis e produtivas, sem valores pessoais e seguidores da ditadura ideológica do comum. Maldita seja a massificação!

- Socialista então?
O Socialismo pode ser mais justo ou o que for, mas também depende da adequação de cada indivíduo e do sacrifício do individual em prol do comum, da produção, da sobrevivência; assim como no Capitalismo.

- Egoísta?
Nem é. Eu até penso nos outros de vez em quando. Mas bem de vez em quando mesmo. :-D

- Anarquista?
É, talvez. A Anarquia é bastante utópica, esse é o problema; e nunca vai existir na prática.

O Anarquismo pra mim seria o ideal, uma vez que na proposta anarquista, cada um é respeitado em sua individualidade e não há necessidade de mudar seu eu. Mas, sejamos realistas. Isto nunca vai existir.

Ou seja, em qualquer sistema social cuja existência é uma possibilidade real, pelo menos um mínimo de auto sacrifício e aproximação de um padrão de normalidade é necessário. Sim, pois para produzir, você precisa deixar de lado seus pensamentos, seu mundo e seus valores, e passar a raciocinar como eles te dizem pra raciocinar, bitolando-se em uma moral imposta. E então você começa a virar uma pessoa organizada e que segue horários, por necessidade. Fica se adaptando ao mundo, aos outros, às coisas, assassinando brutalmente tudo que há de próprio, tudo que há de original em você, tudo aquilo que você pode dizer que é seu, e se torna um merdinha.

Só um entre tantos.
Um tijolo no muro.
Um grão de areia no deserto.
Sem opiniões próprias,
com medo de ser minoria,
guiado pelo senso comum,
guiado pelo que dizem.

Que nojo.

Então o que eu faço? Viro um parasita anti-social, sem o mínimo senso de praticidade e sustentado pelos outros?
Bem, é o que parece.

(Penso agora comigo mesmo: Qual será o limite entre opinião misatrópica e psicose sociofóbica?)

Obs.: Alguém vai pensar ou dizer que 'estou viajando'.

Obs2.: Ah, é sempre assim... Os pensamentos minoritários (aqueles não compartilhados por uma maioria e que fogem do padrão de normalidade) causam repulsa e medo.

Obs3.: Mas agora que eu expus vários argumentos, não te assusto não, né?

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

O Coelho Atemporal

O coelho rosa estava com tanta fome que comeu um relógio ao molho pardo, se engasgou e virou egoísta. O tempo então parou para ele e o mundo se tornou uma grande epopéia caótica.
O coelho viu então aquilo que não se vê, que acontece tão depressa que nossos sentidos não conseguem acompanhar nem perceber.

Na grama, ao pé da montanha, havia pequenos seres com uma grande cabeça azul cheia de pequenos tubos que se assemelhavam a pêlos e de olhos pequenos. Esta cabeça era sustentada por uma comprida perna que no final se divide em dois pés.

- Quem são vocês? - pergunta o coelho.
- Somos Magalumpes.

E foram embora.

Das nuvens rosas jorrava um líquido azul. Podia se ver as longínquas montanhas de sorvete de flocos.

E num paft puft!, o coelho voltou à normalidade de sua toca, e se lembrou que não fala, não pensa, nem anda sob duas pernas.

A ordem se reestabilizou.




PS.: Ainda não tenho certeza quanto ao nome.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Botinázito, boninázito, botina...

Este é Bonitázito. Quer dizer, Botinázito (ok?).

Quando ele crescer (depois de muito arroz e feijão)... (e bife - certo? -)...
Sua tia, certo?... irá contar a ele...

... a verdade. =/

- Meu filho, você nasceu a partir de...

- De o quê, tia??!??!!111!?!1?11!?!?!1qa12!

-... DE UM PACOTINHO DE ELMA CHIPS!!!!!!!!!!!!!!!!!1!1!!!!!11!!!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Correto e Feliz

Organizado e metódico...
tão produtivo que recebeu
... um bônus!

Está feliz agora
que tem uma foto sua
moldurada e com os escritos
"funcionário do mês"?

Eu aposto que sim.

Tão preocupado com sua saúde
e aparência...
que vai
... à academia!

Está feliz agora
que todas as garotas
olham para você
e que o médico disse
que sua saúde está OK?

Ah, eu aposto que sim!

Aposto que você
está feliz
agora que
você faz
tudo
que é certo.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Um Cogumelo

Trabalhador;
responsável;
controlado;
educado;
trata bem;
vai a festas;
faz musculação;
nunca extrapola;
ri;
conta piadas;
carpe diem;
um bom pai;
correto;
moral;
do bem;
pés-no-chão;
vai ao cinema;
lê livros e revistas de atualidades;
cumpre seus deveres;
não questiona;
geração saúde;
ecleticismo;
tênis Nike.

Um cogumelo.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Resposta científica

Foi tão lindo o que vi
As cores e os tons
E nada de cogumelos
E sua hipocrisia vomitante

E, sabe
Foi real

Queria que você me acreditasse

Mas eu sei que tudo isso
É circunstancial e subjetivo demais pra você

Você não acreditaria,
você fingiria me ouvir
e procuraria uma
resposta científica.

Tão perto...

Todos tão próximos
Por favor, parem de falar
O que é isso?!
Sua proximidade machuca
Pare, por favor
Não te deixei chegar perto assim
Ou deixei?

Porquinho nojento
Escroto superficial
Filho da puta
Saia já daqui
E leve sua extroversão ridícula consigo
... certo?

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

O Dilema do Relógio

Pare o que está fazendo e dedique 10 minutos do seu tempo para ouvir o mundo ao seu redor.
O que você ouve?
Quanto a mim, ouço o tic-tac do relógio; ouço o balançar das folhas da árvore; os latidos do cachorro que late só; os distantes ecos dos carros, motos, caminhões e caminhonetes; e a rabiola de pipa presa no poste se mexendo ao passar do vento. E então alguém usa a torneira e eu posso ouvir a água vindo da caixa d'água e passando pelos canos. Qual a torneira destino não sei, mas ouço claramente a água passando. Então um mosquito passa com seu maldito zumbido. A parede estala. O teto estala uma vez. E depois outra, havendo entre cada estalo um intervalo de cerca de 2 segundos. E quando levanto um dedo para coçar o rosto, da cadeira ouço um estalo. A TV ligada na sala, mesmo que com a opção "mudo" ativada, produz uma espécie de som, bem fino e quase imperceptível. Mas é noite, e no silêncio da noite até o mais imperceptível dos sons torna-se perceptível. E por um momento, o tic-tac do relógio sumiu. Sumiu pois dava atenção aos latidos, às folhas e ao contínuo e irritante som da lâmpada do abajur. Se, naquele momento, me dissessem que não existe relógio, eu concordaria sem relutância. Afinal, não deixa de ser verdade. Não estaria mentindo ao dizer que não há relógio. Não estaria faltando com a verdade. É verdade que para mim, naquele dado instante, não havia relógio algum. Mas, agora que estou olhando para o relógio, eu sei que ele existe e existiu durante todo esse tempo em que minha atenção se voltava aos outros sons. A existência do relógio também não deixa de ser verdade. Naquele momento, eu poderia jurar que não havia relógio algum. Mas agora eu também poderia jurar que, naquele momento em que não percebia o relógio, havia um relógio ali, bem ali, em cima da mesa, dizendo em alto e bom volume e de forma uníssona: "tic-tac".
A verdade não é única. A verdade é que o relógio estava E não estava ali, simultaneamente.
Mas o que me incomoda não é esse dilema. O que me incomoda é... quantos outros sons estão bem ali e não percebemos por dar atenção a outros? A possibilidade é concreta. O exemplo lhes mostrei. O que pode haver além daquilo que nossos sentidos dão atenção? O que pode haver além daquilo que podemos jurar que não existe? Quantos serão os outros sons que nossos sentidos nos dizem que não existem mas, simultaneamente, existem de fato?

domingo, 14 de janeiro de 2007

Nossa estúpida realidade

Eu realmente acho que não é necessário postar isso - visto que o texto tem palavras fortes e alguns podem sair ofendidos, haha - mas eu já guardei essas opiniões por tempo demais. Tá na hora de botar toda essa inconformação pra fora. Quem discordar que dê seu parecer. E quem não discordar também:

Um mundo de pessoas medíocres, sem senso crítico, sem opiniões próprias, vivendo uma felicidade imbecil de desvalorização ao próximo, vulgaridade e de um consumismo irracional que em breve levará nosso planeta à ruína.
Eis nossa supimpa realidade.

Tão estúpidas e ridículas são as pessoas de nosso tempo... cegas pelo senso comum, repetindo mecanicamente frases idiotas como se estas fossem inocentes. Mal sabem que são essas as frases que formam as ideologias que rodam as engrenagens do sistema - o sistema das pessoas estúpidas, como já preveu Aldous Huxley em seu Admirável Mundo Novo -, as frases que, sem perceberem, adentram suas mentes inconscientemente.

Pretendo um dia entender de que forma a estrutura econômica influi no psicológico das pessoas (fracas de espírito, conformistas, que a tudo são receptíveis e, diga-se de passagem, sem a menor resistência). Estas são as pessoas ditas flexíveis e sensatas, que sentem-se sempre bem, onde quer que estejam. As pessoas que sempre se sentem bem são aquelas que não apresentam resistência, que não contra atacam nada. Tudo aceitam e se calam.
Portanto, onde houver um inconformado, dê-lhe ouvidos, pois este inconformado sabe que tem algo errado. Ele não aderiu e resistiu. Eis um revolucionário em potencial. Eis um visionário, que não aderiu à estupidez dos homens desumanos, tão desumanos a ponto de reprimir seus mais íntimos impulsos - impulsos de resistência.

Uma frase minha bem radicalzinha: "Não que a pessoa deva se considerar louca ou anormal, mas se afaste e não confie em qualquer pessoa que se considere 'normal'".

Opinem e critiquem tão impiedosamente quanto eu critico (hahaha, até parece que tanta gente assim lê o que eu posto...).

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

O auto hipócrita

Dentro deste tema, estive pensando... O homem moral, aquele que só faz o que dizem que é certo, que sempre é dócil e educado. Este homem vive reprimindo seus impulsos - mais do que os não tão corretos como ele - vivendo da auto regulação, da auto negação, vive de seguir um padrão correto, um ideal fixo, imutável. Eu imagino... que tipo de problema deve gerar toda essa hipocrisia dentro da cabeça deste homem? Será que além de hipócrita, este homem é doente?

O que acontece quando não saciamos nossos impulsos?

O viver é um constante processo de surgimento de impulsos - seja de pensamentos, emoções, ações, palpites - e repressão dos mesmos.

Quando alguém está bebendo água e se passa por sua cabeça o impulso de comunicar algo a alguém que está próximo, logo este alguém percebe que antes de falar, é preciso que termine de beber a água que está em sua boca. O impulso então é momentariamente reprimido.

Quando se passa pela cabeça de alguém o impulso de criticar uma outra pessoa, mas este alguém logo percebe estar sendo injusto - seja qual for o motivo -, há uma repressão do impulso crítico.

No primeiro exemplo, o impulso, apesar de reprimido, logo é saciado. Mas no segundo, o impulso crítico não é saciado, é absolutamente reprimido pelo motivo que fez o alguém perceber estar sendo injusto. O que acontece com esse impulso reprimido? Será que se aloja no inconsciente e surge nos sonhos de forma simbólica como uma forma de ser assimilado conscientemente?